terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Muros que não morrem



A FADER tem por hábito criar hypes de um modo surpreendentemente subtil e discreto. De entre muitos, os mais óbvios são o Jah Cure, o Mavado, a Kid Sister (e o apogeu orgásmico da Fool's Gold) e, agora, a Teyana Taylor. Com a espiritualidade ímpar já habitual, o Matthew Schnipper revela a música dela enquanto amor supremo, soando sopros que proclamam uma «Princesa da Star Trak». "Google Me" tem um groove fabuloso, um refrão fresco e solarengo. O registo assemelha-se aos picos vocais que a Beyoncé tanto aprecia, mas reveste uma abordagem mais ríspida e cativante. A adolescência tem destas coisas. Apaixona.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Túnicas vermelhas



Hoje dei comigo a pensar no óbvio: o College Dropout do Kanye vai seguramente ser o disco hip-hop mais importante desta década. Cheguei a casa e relembrei as duas fragilidades de uma canção perfeita como a "Slow Jamz". A primeira é o Twista. Devia ser proibido convidá-lo para uns versos de uma canção melosa, na qual se exige um registo groovy, equilibrado e compactado num comboio emotivo. Ao contrário, a cadência apodrece e a ideia afoga-se. A sério, por que não antes o Common, cuja importância é reduzida a um cameo no vídeo num jogo de cartas? A segunda é o diálogo sugestivo entre a miúda e o 'Ye. Péssima escolha e o modo mais ridiculamente insolente de pôr a voz do Jamie Foxx em segundo plano. Quem prefere o clímax de uma mulher ao mel que abunda no falsetto de uma voz negra? Mas, enfim, isto sou eu que, por ver que um rapper pode dominar os céus e que o não atinge por amadorismo e ambição auto-destrutiva, exijo demasiado.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Limas


Os Beach House têm novo disco. Chama-se Devotion e é de um encanto que só a pop psicadélica consegue adornar. Não acrescenta nada ao primeiro disco (será possível distingui-los?), mas acontece que não quero nada senão mais do mesmo. Até porque não acredito que este registo se possa metamorfosear. E eu sempre gostei da ideia à volta do eterno retorno. Há três faixas do disco na página do Myspace.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Batuques


Depois de ter lido o texto do Rodrigo sobre a importância da barba no contexto actual, dei comigo a pensar: as três pessoas que detêm a maior classe neste planeta - o Baron Davis, o Rick Ross e o Freeway - só garantem os seus tronos por causa dela. A minha continua a nascer. É de lamentar.