quarta-feira, 23 de abril de 2008

Foguetões em marcha



O que se passa com o Prodigy? Há vídeos do novo H.N.I.C. 2 a circular, todos eles muito semelhantes, todos eles banais. Se bem me lembro, ele nunca teve sorte neste formato: na "It's Mine" com o Nas, parece um ogre quando está a conduzir o iate e um chulo horrendo à beira da piscina; a "Quiet Storm" só não morre de escassez de inspiração e classe porque os tons rouge enganam; o surrealismo (futurismo, o tanas) ridículo da "Put 'Em In Their Place" mete dó. Por isso, resta-nos um artista que, à falta de uma exploração estética mais rica e estimulante, se tenta elevar na componente musical. Ele já deu provas disso, mas são provas que vão aparecendo, aos bocadinhos, a pedir que alguém dê por elas, que as reconheça e acabe por elogiar inconscientemente uma carreira instável. As novas faixas são muito, muito fracas e, sinceramente, não sei reconhecer o verdadeiro problema nelas. Não sei o que, aqui e ali, poderia ser remediado. O Prodigy dá sinais de moleza. Alienação. Alienação por achar ainda que o que anda a fazer é suficientemente bom. E é triste vê-lo achar isso.